Motivação
Entender a motivação de sua existência, torna mais claro o sentimento que envolve por unanimidade aos seus trabalhadores. Em uma época muito distante da história, espíritos ainda tomados pela ignorância, marcharam leais a uma bandeira do dragão. Por onde passaram, causaram sofrimento, dor e destruição com grande crueldade.
Na sucessão de existências, esses espíritos compreenderam todo mal que fizeram: assinaram um compromisso de reparar as condutas do passado, agora reunidos pela bandeira do Cristo.
Na hierarquia das patentes da responsabilidade, se propôs um local que sinalizasse a esse grupo, encarnados e desencarnados, onde se reagrupar e edificar o compromisso assumido.
Reencontro
Início da década de 80. Não por acaso, três jovens mulheres frequentadoras de um mesmo centro espírita em Rudge Ramos, em momentos e por razões diferentes, mudaram-se para Sorocaba.
Apesar disso, nunca se conheceram lá.
O movimento espírita encontrava-se mais organizado na região metropolitana e capital, esse degrau em relação ao interior as surpreendeu e por essa razão, continuaram frequentando eventualmente o centro espírita de onde se originaram.
Tão inusitada situação, ganhou destaque e um tarefeiro da casa comentou com uma dessas jovens, a “coincidência” de outras duas. Finalmente, reuniram-se Francisquinha, Vera Lígia e Bete.
Com propósito de trazer seus aprendizados nos cursos, foram acolhidas pela casa Ivanzinho, gentilmente cedendo as segundas-feiras para esse trabalho por 30 anos. Por isso que a tarefa desse dia da semana, é considerada a tarefa original e mais antiga. Não demorou muito para que outras pessoas se juntassem a elas, no árduo trabalho de fundamentar os pilares dessa casa.
Quando ingressaram, reconheceram seu pertencimento ao grupo e ao compromisso outrora firmado.
Jornada
A tarefa crescia. Dali em diante, foram muitas moradas. Um tanto nômades, se estabeleciam em alguns períodos por inúmeras casas que também os acolhiam com o curso básico de formação.
A partir da vocação e propósito acadêmico que a casa mantinha, houve todo consenso por ser uma Sociedade de Educação e Cultura Espírita. E a escolha do nome de Gabriel Delanne como patrono foi exatamente por sua dedicação impecável em levar o Consolador a todos os cantos possíveis na Europa, apesar de todas as dificuldades que enfrentava fisicamente. À luz do conhecimento científico, desvendava novas referências e oportunidades que permitiam realizar o bem aos espíritos e almas necessitados. Sua biografia estava alinhada com a responsabilidade desse grupo.
Em 15/09/1998, oficializa-se institucionalmente a SECE Gabriel Delanne. Mas com o aumento da procura, foi chegado o momento de se estabelecer. De encontrar o seu lugar.
Visitaram muitos terrenos, porém orientados pelos mentores da espiritualidade, em 2000 a rua Portugal 146 foi o local escolhido para que o amor em ensinar a doutrina se tornasse também, argamassa e concreto.
Sem qualquer recurso além da primeira parcela em saldo, Vera Lígia nos conta que tremia ao assinar os cheques de tantas parcelas. Todos responderam prontamente a necessidade, trabalhando muito e sem descanso, nas múltiplas maneiras ao alcance para angariar os recursos necessários. Não apenas para as parcelas do terreno, mas para tantas outras despesas com o início das obras em 2002. Quem está a mais tempo, sabe quantos jantares, festas filantrópicas, barraquinhas, doações e muito mais foram realizadas para isso.
Mas há algo a se destacar, os bolos do quiosque no primeiro shopping da cidade. Vendeu-se muito além do esperado, a ponto de pedir que trabalhadoras fizessem as pressas, mais bolos para repor nosso pequeno quiosque. E tudo deu certo. Por isso a brincadeira que suas paredes são feitas de bolo. Talvez não tenha sido a maior renda efetivamente, mas foi a que todos mais se lembram.
Conclusão para muitos inícios
Mas todo esforço foi recompensado.
Em 2011, materializa-se não totalmente concluída, a sede permanente da SECE Gabriel Delanne.
Desde então, seu trabalho é reconhecido por instituições do movimento espírita, por outras casas irmãs, por pessoas que receberam aqui sua formação e seguiram seus caminhos em outras propostas engajadas no amor cristão. Novas tarefas surgiram, novos conhecimentos foram ampliados. E assim se seguem. No plano espiritual, as fronteiras da sede dilataram além da matéria, atendendo a crescente necessidade dos espíritos aqui assistidos.
Que esse farol nunca se apague, trazendo todos em segurança ao encontro dos ensinamentos deJesus.